AS ARTES NA EDUCAÇÃO MÉDICA

OBSERVAÇÃO, JULGAMENTO E INTERPRETAÇÃO

Autores

  • Fernanda Pereira Medina Unifenas BH

Palavras-chave:

Arte e medicina; Rembrandt; Gunther von Hagens; educação médica.

Resumo

A utilização da arte como estratégia de ensino médico vem ganhando espaço, desde os anos 70, principalmente em universidades da Europa e da América do Norte. O presente artigo é o relato de uma experiência didática idealizada e vivenciada pela autora em uma instituição de ensino médico em Minas Gerais. Utilizando obras cuidadosamente escolhidas para a ocasião, foram ministradas duas aulas livres, com intervalo de aproximadamente 30 dias entre elas, a grupos de alunos e professores do curso de Medicina da mencionada instituição. A experiência relatada neste artigo refere-se ao primeiro dos dois encontros, que se organizou em torno da obra icônica do pintor holandês Rembrandt (1606-1669), A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, contraposta à fotografia da demonstração anatômica, realizada em Londres, em 2002, pelo médico e anatomista alemão Gunther von Hagens. As duas imagens foram projetadas e discutidas com o público presente, esperando que níveis distintos de interpretação surgissem, ancoradas na bagagem cultural/intelectual daquele grupo específico, mas também em percepções subjetivas e individuais, que se dão em níveis inconscientes. Além de demonstrar que o saber artístico não se contrapõe ao conhecimento científico, esperávamos sensibilizar o público participante, constituído majoritariamente por futuros médicos, da necessidade de refinamento da nossa escuta e do nosso olhar, empobrecidos por uma clínica baseada na superficialidade do sintoma.

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Publicado

2024-08-30