Liberdade como Fundamento Ontológico e Cultural

Resumo

Por meio de um ensaio teórico objetiva-se apresentar uma discussão acerca de como liberdade e cultura se relacionam a partir da maneira como o sujeito se apropria, posiciona-se e responde aos acontecimentos e ao mundo em geral. Como fio condutor da discussão elegemos a relação entre subjetividade e cultura segundo concepções filosóficas tradicionais e modernas da inter-relação entre liberdade, subjetividade e cultura. Para a discussão em torno da ideia de liberdade nos apoiamos no pensamento fenomenológico e existencial do filósofo francês Claude Romano e o do psiquiatra austríaco Viktor Frankl. A partir do filósofo britânico Terry Eagleton, do historiador polonês Stanislaw Grygiel e da filósofa italiana Angela Ales Bello, apresentamos conceitos e visões de como a cultura é entendida, como se distancia e se relaciona com as ideias de natureza e civilização. Evidenciamos as implicações de se considerar a liberdade enquanto posicionamento pessoal como condição para a existência, permanência e reconstrução contínua da cultura. Concluímos que o potencial originariamente humano de criação e de livre agir carrega implicações que unifica subjetividade e objetividade, vida individual e vida social, sujeito e cultura. Implicando, ainda, em uma dimensão ética que não se restringe aos particularismos e arbítrios de cada sociedade que geram indiferença, mas que convida a recolocar a centralidade e a unidade entre subjetividade e cultura.